"Pensamento Permanente"
Não vou tirar meus olhos dos seus, vou prometer nunca mais te magoar.
Já até imagino você vindo com aquela cara de quem tava dormindo e o seu sorriso lindo.
Quando eu te encontrar eu já sei como vai ser... vou dar o abraço mais apertado que eu já dei em você.
Não vou nem pensar em ir embora, e esquecer de olhar a hora que vai fazer anoitecer.
Já vejo nós dois de mãos dadas deixando tudo que há de bom acontecer.
Ah! Quando eu te encontrar eu vou te contar todas as histórias que você ainda não ouviu, e vou querer saber de tudo, até que horas você dormiu.
Não quero mais ficar só querendo...
Já estou contando até as horas pra te ver... Vou sair correndo pra você!
Só os loucos sabem
E mesmo que esteja distante, mesmo que não saiba dizer, quem um dia te considerou amigo sempre vai lembrar de você!
Então é isso, hoje é dia e essa é a hora certa de ligar pra quem te faz falta e dizer o que sente, porque amigo não tem dia, amigo é parte da vida.
Se eu corro...
E se eu pudesse dar as cartas agora?
Mas dessa vez é só amor, não adianta óculos escuros, boa aparência nem sorriso amarelo, o que sobrou pra nós foi a droga dessa incerteza maldita e desse medo, dessa paixão e desse fugir e não sair do coração um do outro nunca mais. Porque depois que a gente perde é que faz sentido enfim, que na verdade eu não quero essa realidade de você longe de mim.
E que se danem as cartas, e que se danem os olhos, eu quero mais é sentir com o corpo todo.
Goste você, ou não...
Labirinto da desilusão.
Presente de domingo
Toquei a campainha ainda que eu temesse que não houvesse resposta, e escuto ao interfone você com aquela sua voz de manhã de domingo ainda sem saber se esperava por alguém. Eu ri, sempre dou risadas ao te ver acordar.
- Sou eu meu amor, vim te entregar o que prometi.
Ainda odeio esse seu portão barulhento, que mais parece que vai acordar toda a vizinhança. Entrei, sem pensar muito, abri sua porta e encontrei aquela bagunça de sempre e o presente que eu te dei na quinta-feira e você teve pena de jogar o embrulho fora.
Meu amor veio rindo, na esperança de encontrar o presente de domingo, ou descobrir que hoje era alguma dessas datas comemorativas que eu não lhe dou tempo de esquecer e vou logo ligando. Beijou-me a testa e me lembrou o cheiro de rosas nos meus cabelos pela manhã.
Segurei sua mão e o levei de volta ao quarto, pedi que lá ficasse. Passei alguns minutos observando aquele lugar onde cada centímetro lembrava nossos momentos, onde eu podia ouvir nossas risadas assistindo aos filmes mais idiotas de nossas vidas, nossa primeira briga e tudo que dissemos um ao outro, pareceu ter durado uma eternidade. Assustado você abre a porta e tenta tirar de mim alguma palavra que explique meu choro compulsivo e o medo em meus olhos.
- Tenho medo de ir e não ver mais a sua meia jogada no meio da sala, o presente ainda com seu embrulho e que você esqueça do cheiro de rosas do meu cabelo.
O medo passou com o aperto de seus braços.
Não toquei a campainha, tive medo de te acordar, ainda conheço um pouco dessa sua vida de não parar em casa aos sábados. Disquei seu número na esperança de que você já estivesse acordado...
- Sou eu meu amor, vim te entregar o que prometi.
- Ele ainda está dormindo...
E não fim não restou meia na sala, abraço apertado e meu cabelo todas as manhãs cheirava a lágrimas.